Autor(a): Fernando Sabino
Título: O menino no espelho
Editora: Record
Ano de lançamento: 2001
Número de páginas: 208
Classificação: ♥♥♥♥
Alguém do blog tem costume de ler livros nacionais? Devo admitir que eu nunca fui muito fã, principalmente na minha época de ensino médio. Talvez porque geralmente o que fazemos por obrigação perde a graça. Ou, provavelmente porque não sabiam indicar os livros certos para serem trabalhados em sala. Devo admitir que nunca li Machado de Assis, Clarice Lispector e se li um livro de Jorge Amado foi muito. Mas nem por isso me considero menos leitor. E para não dizer que não lia nada que fosse nacional, lembro-me de cada livro da Série Vagalume, republicações de livros que marcaram gerações e foi um sucesso na década de 90.
Mas acredito piamente que essa lacuna literária presente na vida de muitos brasileiros se deu pela falta de indicação de livros que empolgassem bastante como Harry Potter, Jogos Vorazes e a Culpa é das Estrelas, por exemplo. Por sinal, se alguém tiver alguns livros de literatura nacional para indicar, deixem nos comentários abaixo. Pois esse ano eu resolvi embarcar por essas veredas. E foi assim que descobri “O Menino no Espelho de Fernando Sabino”.
De acordo com R.J. Palácio, autora de Extraordinário, um livro excelente por sinal, nunca devemos julgar um livro pela capa. Mas sinceramente, quem nunca fez isso atire a primeira pedra. O título já havia me intrigado, pois amo coisas que remetem a infância. E se dependesse apenas da capa, não sei muito bem se leria. A edição que tenho é uma capa toda branca com destaque para o título e o nome do autor: Fernando Sabino, o nome não me era estranho. Para vocês verem o quanto conheço nossos autores! Decidi então dar uma chance e comprei o livro, sem ao menos saber se era bom ou não.
Comecei lendo sem esperar muita coisa. E... me surpreendi positivamente!
O menino no espelho é um daqueles livros que você quer para a vida toda. A estória de Fernando é praticamente a de muitos brasileiros e não tem como não se identificar. Geralmente livros com narração em primeira pessoa, você consegue vivenciar as experiências dos personagens como se fossem suas. Quem por acaso nunca foi um espião de uma sociedade secreta? Quem nunca desbravou uma mata e viveu muitas aventuras? Qual menino nunca enfrentou, pelo menos em sonho, o valentão da escola? Quem nunca desejou ter um irmão gêmeo para fazer todas as tarefas obrigatoriamente chatas da infância? E quem nunca teve um amor platônico quando nem sabia direito o que era amor?
Ler esse livro foi uma experiência fascinante, você se deixa levar pelas palavras e se pega rindo das poucas e boas que o personagem apronta. O autor deixa um clima de mistério no primeiro capítulo, com um personagem específico. E que os marinheiros de primeira viagem só matarão a charada no desfecho da obra. De vez em quando você não sabe se está lendo um livro de ficção ou de relatos da vida real. Se bem que se tratando de infância, o que é real e o que é imaginário nesse mundo? Como li uma vez em certo livro: “Claro que está acontecendo em sua mente, ... mas por que isto significaria que não é real?”
Minha nota final para o livro esta na classificação. Enfim, Vale a pena a leitura!
